14 de mai. de 2010

Identidade Genuína

Identidade Genuína

Atualmente, o mundo vive uma crise de identidade, e seria muita hipocrisia fingir que isso não nos atinge.

Cada vez existem mais versões “gospel” para músicas que fazem tanto sucesso nas rádios FM’s, grupos de dança que desejam ser como alguns ministérios levantados por Deus em nossa Nação, ou então desejam seguir os passos teatrais trilhados por irmãos que já pagam o preço há anos.

E a pergunta que não quer calar: onde está a criatividade de Deus em nossas vidas, já que fomos feitos à sua imagem e semelhança?

Entendo que algumas pessoas, em nosso meio, desenvolvem trabalhos de excelência e devem ser referência aos grupos que iniciam trabalhos em suas igrejas e até mesmo objeto de estudo e pesquisa. Mas devo confessar, sinto-me incomodada com versões musicais e cópias em qualquer gênero artístico. Os irmãos me perdoem, mas isso me cheira subestimar a criatividade do Deus que criou todo o Universo!

O dicionário Aurélio é bem esclarecedor, vejamos o que ele diz sobre:

a) Referência:
adjetivo de dois gêneros
1. Que constitui referência, ou que a contém.
2. De relativo a, ou que é utilizado como referência.

b) Imitar:
verbo transitivo direto
1. Tentar reproduzir o estilo ou maneira de (um artista).
2. Arremedar, repetir, reproduzir, copiar.

c) Genuíno:
adjetivo
1. Sem mistura nem alteração; puro.
2. Próprio, natural, autêntico, legítimo.


d) Original:
adjetivo de dois gêneros
1. Relativo a origem
2. Que não ocorreu nem existiu antes; inédito, novo.
3. Que foi feito pela primeira vez, em primeiro lugar, sem ser copiado de nenhum modelo.
4. Que tem caráter próprio; que não procura imitar nem seguir ninguém; novo.

Não quero levantar polêmica, essa questão, “referencial versus cópia”, ocupa bastante meus momentos reflexivos, é uma linha tão fina, e ao sentir desejo de escrever a respeito, tinha em mente duas coisas:

1ª Compartilhar minhas reflexões e levar outros a refletirem.
2ª Desafiar-nos a construirmos uma identidade ministerial.

Em nossa equipe as peças e coreografias que ministramos, são resultado na maioria das vezes, daquilo que Deus está nos tratando individualmente e/ou como equipe; ou então daquilo que estamos vivendo individualmente e/ou como equipe. Faz parte de uma construção que é ao mesmo tempo um processo individual e coletivo.

Não estou nos colocando em condição especial ou superior a ninguém ou a nenhum trabalho desenvolvido por outras equipes, até porquê, se comparados a outros ministérios somos tão pequenos...

Ao olharmos a história da arte, da música, da dança, do teatro, as grandes invenções tecnológicas, as pesquisas científicas e a evolução de vários segmentos em nossa sociedade, constataremos que estão associados à curiosidade, ao questionamento e ao desejo de superação.

Na história do teatro, depois do método de interpretação desenvolvido por Stanislaviski, todo legado teórico que chegou aos nossos dias é resultado do trabalho de pessoas que discordaram, resolveram pesquisar e desenvolver outros métodos de interpretação. E o mesmo se deu na história dança, na história da arte; na história da música temos Schoenberg, que causou uma revolução musical com seu método de composição dodecafônica que se distanciava dos padrões estéticos vigentes e viria a romper com o Romantismo.
E nós, atores, bailarinos, músicos, artistas em geral do século XXI que somos tão abençoados com todo este legado, temos a oportunidade de desenvolver trabalhos riquíssimos ao nos propormos pesquisar e nos deixar ser usados por Deus com a sua multiforme sabedoria e criatividade!

A palavra de Deus nos diz: ”Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de força se apoderam dele.” Mateus 11:12

Precisamos nos esforçar para construir uma identidade genuína em nossas equipes, para isso precisamos orar, jejuar, buscar... Se pedirmos, Deus nos entregará!

Que a graça de Deus esteja sobre nós para alcançarmos a preciosa unção e, assim cumprir a missão que nos foi confiada.

No amor do Mestre,
Pra Aspirante Carmen Lucena
Cia de Teatro & Dança Restaurarte

Nenhum comentário:

Postar um comentário